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António Carlos Cortez

CLEPUL-FLUL

"Do construtor e da construção, ou a 'prosa de diamante' num livro de António Ramos Rosa"

A partir da leitura de o Aprendiz Secreto (Quasi, 2001), questionam-se alguns dos vectores temáticos e estilísticos de Ramos Rosa e o lugar que, neste livro, a meditação sobre a poesia e o poeta como construção e construtor, respectivamente, ocupam. Este é um dos livros finais do poeta de O Grito Claro (1958) e o poema em prosa, forma adoptada, reenvia para uma tradição que não devemos esquecer, nomeadamente Rimbaud. Não se quer fazer uma leitura em clave intertextual, mas tão-só propor à reflexão a seguinte hipótese: como autor maior do novecentismo, crítico e pensador do fenómeno da poesia, até que ponto não participa este livro de 2001 daquela "prosa de diamante" que Rimbaud perseguiu e que animou Octavio Paz – outro dos seus mestres – a defender a «liberdade livre» como princípio fundador da poesia moderna? De que modo um livro de forte carga teórica se dá a ler como lição do que deverá ser ainda a poesia?

António Carlos Cortez é professor de literatura portuguesa, poeta e crítico literário. Publicou onze livros de poesia desde 1999. De entre os seus títulos destacam-se A Sombra no Limite (Gótica, 2004), Depois de Dezembro (Licorne, 2010 — prémio SPA 2011), Linha de Fogo (Licorne, 2012), O Nome Negro (Relógio d'Água, 2013), Animais Feridos (Dom Quixote, 2016) e A Dor Concreta (Tinta-da-China, 2016). A este livro foi atribuído o prémio de poesia Teixeira de Pascoaes/ Associação Portuguesa de Escritores 2018. É colaborador permanente das revistas Colóquio-Letras e Relâmpago. Assina a coluna de crítica de poesia do Jornal de Letras. Colabora com o jornal Público. É membro da direcção do PEN Clube Português e membro da Associação Portuguesa de Críticos Literários. Está traduzido em antologias estrangeiras. Organizou e posfaciou a edição do livro de António Ramos Rosa Os Animais do Sol e da Sombra (Edições Quasi, 2003).

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