Maria Teresa Dias Furtado
FLUL
“A Sábia Ignorância e o Silêncio Radioso”
O poeta aspira a “uma linguagem de restituição” que integre a poesia no Universo. Para tal é imperiosa uma abertura de sábia ignorância perante o mundo, os outros, o Outro, as escritas poéticas, as reflexões interiorizadas. Não se trata só de um processo de depuração, mas sobretudo de humanização, feita de escuta e palavra ao ritmo dos seus dias e dos encontros com outras palavras poéticas. Serão feitas algumas incidências sobre a leitura de Paul Celan (1920-1970) sobretudo no livro O Não e o Sim, de 1990, sinais da universalidade e da capacidade de diálogo de António Ramos Rosa.
Maria Teresa Dias Furtado é Professora Associada da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Concluiu a Licenciatura em Filologia Germânica com uma tese sobre Paul Celan e doutorou-se em Literatura Alemã com uma dissertação sobre Hölderlin. Lecciona Literatura Alemã e Tradução Literária do Alemão. Tem publicado artigos da sua especialidade, bem como sobre Poesia Portuguesa Contemporânea. Deu à estampa várias traduções de algumas obras de Hölderlin e Rilke, acompanhadas de prefácios de sua autoria. Publicou em 2002 um diálogo poético com António Ramos Rosa intitulado O Alvor do Mundo, em 2007 a colectânea de poesia Livro de Ritmos, em 2012, o livro de poemas O Arco do Tempo, em 2014, o livro de poemas ilustrado por José Assis Idades Para uma Antropologia Poética, No Rendilhado da Espuma. Cantares Mouriscos, Os Meninos sem medo e o morcego (conto para crianças) (capa de José Assis) e Livro de Rostos (Poesia) (capa de José Assis). Em 2016 publicou Neste Sopro que me Tece (Poéticas da Pintura, em diálogo com a Exposição Sacrifício e Seda da pintora Ana de Sousa; com a mesma, desta vez co-Autora e Ilustradora, publicou o livro para crianças Na Floresta com a Victória, em 2018.